quinta-feira, 8 de junho de 2017

Breve história sobre nós

Bianca Alves




Na primeira vez eu dancei,

Nós dançamos.
Era um bar de meninas, estava escuro e eu só queria ir embora.
Você certamente não vai lembrar...já me disse algumas vezes que tem uma péssima memória, já a minha não apaga nada que foi importante, tenho arquivos inteiros aqui dentro, de cores, sabores e promessas.

Fomos apresentadas e eu já te quis, o som estava alto e foi preciso chegar bem perto pra te escutar, já não queria ir embora, respeito os meus sinais, e algo ali me falou de você, não sei se foram às vozes do meu inconsciente, dos anjos que me acompanham ou só um pedido do corpo, da alma. Na volta pra casa fiz um interrogatório, precisava entender quem era aquela menina que demorava em mim, engraçado isso, ainda tento entender.

O amor e a sua atemporalidade, não falo do amor já definido pelos amantes, vividos na prática, no cotidiano, certos do amanhã. Falo do amor constituído de sonhos, pedaços, esperas e até mais.

Na segunda vez...


                    (Um registro raro: nosso primeiro beijo aconteceu nesse dia)

Já existia uma mensagem, trocada pelos olhos, pelos sorrisos de canto e pela vontade de ficar perto, você sentou ao meu lado, vestia uma blusa listrada e tinha uma timidez um tanto atraente, foi a primeira vez que te fotografei, acredito no poder de congelar a beleza, acho que é por isso que tenho uma relação mágica com a fotografia,tento sempre tornar o que acho belo, eterno, terno e quem sabe, meu. A festa acabou e você resolveu voltar com a gente, precisava de uma carona, mais uma vez ao meu lado, era preciso fazer alguma coisa, a velocidade e o curto caminho, não respeitariam o tempo do amor, nos beijamos, rapidamente, nos beijamos e mais uma vez você partiu.


Nossos intervalos eram longos... 


Sempre estávamos namorando, nos encontrando rápido,nos olhando escondidas pra ninguém notar, falando uma língua secreta e totalmente compreensível para o amor.
     
(Foi a primeira vez que eu te fotografei e 
pra variar rs você estava acompanhada). 


Foram poucos encontros, rodeados de pessoas, sempre tinha alguém no lugar que eu queria morar. Foram tantos desencontros, tantas luas pensando em você...


Até que você veio, enfrentou a estrada




 ... quase 600 km, um inventário e o seu medo pra me ver.

E foi sem surpresa alguma... tudo aquilo que eu imaginei durante esses cinco  anos, nossos beijos, nossa vontade, nossa espera, nós zemos amor, fomos amor e eu percebi que aqueles sinais sentidos lá no começo de tudo, estavam me colocando diante de um amor daqueles, daqueles que fogem das denições, das nossas experiências, amor é não saber, diante de você, não adianta toda minha literatura, meu histórico amoroso, meu charme, meu violão, diante de você, eu renasço, me desconheço pra me conhecer com você, refaço o mesmo caminho como se fosse a primeira vez, diante de você...

Eu só sou uma menina pedindo a Deus... uma chance e que você resolva car. 

Fica?

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